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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Longe


Escolhi as ruas mais escuras da cidade
Olhei as folhas
E o verde traído pela escuridão

Desviei-me dos buracos de terra batida
Buscava os espectadores ideais
para a minha angústia
Queria o que não pode ver
Não queria que me vissem 

Quando cheguei ao meu destino
Doei as minhas lágrimas
Ao arvoredo silencioso e quieto
Entreguei-as à irracionalidade
da vegetação pacífica
Ofereci-as às sombras
dos que não têm tempo 
para me escutar 

Chorei na montanha
Longe
Muito longe dos homens.

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