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sábado, 26 de setembro de 2015

Jugular

Reconstituo o itinerário dos loucos furiosos
Que deliram e são normais

Queria ser como os que matam as moscas
O tempo e o bom da vida
 
Treino todos os dias
Os cães da minha revolta
Eu queria ser cruel

Perco o fôlego no oxigênio da minha
lucidez
Fico bêbado com o cheiro  da minha
história
Desmaio nos braços das minhas
sangrias
Eu tenho raiva

Faço a minha mágoa em pedacinhos
Destilo o açucar das minhas desilusões
E me enveneno com as gentilezas da minha
espécie

Queimo este absurdo comportado
Lavo as minhas convicções na água da chuva
E me perfumo no môfo das minhas esperanças
Eu tenho ódio

Canto no banheiro
A mentira e a merda
que brota de almas imaculadas
E está tudo podre

Dôo o puro dos meus olhos
aos que inventaram o mundo
Ofereço o meu coração ileso
à Bolsa de Valores 
e à ganância dos poderosos.

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