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domingo, 15 de julho de 2018

Premonição

Procura-se uma alma
sem roupa sem cor sem forma
que fugiu de um corpo magro e sem calma.

Já que ninguém me informa
Vou eu
Um corpo sem eu e sem alma
à procura da minha alma.

Passeei pelas avenidas de mim mesmo
Pisei o solo onde germinam as lágrimas
Estive na maternidade dos meus gritos
E não avistei a minha alma.

Não vejo asfalto
Não ouço ruídos
Não percebo o rumo
É uma viagem sem caminho
É um mergulho num corpo sozinho.

Nenhum sinal
Nenhuma marca
Ninguém 
Nada
Silêncio
É a morte.

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Ecos de uma voz
Uma gargalhada?
Uma conversa?
O grito de um tropeço?
Peguei o atalho
Segui o ouvido
Agora reconheço.

É um choro
É uma birra
É uma criança assustada
De cabelos claros e rosto comprido
Sou eu 
É minha alma.