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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Sônia

Era uma vez
Eu
que conheci todos os enlevos do leito
do Rio de Maio
guiado por ti.

Flanamos uma noite toda
preparando a luz do sol.

Amanheci o 12 de Maio
com a cara amassada
pelas sombras fortes do teu corpo.

Parido de noite
Nasci do teu útero grávido de alegria.
Traí meu egoísmo
enganei minha insônia 
e dormi contigo.

Estalaram todos os ossos
da minha coluna emocional
Fiquei ereto
Abriram-se todas as válvulas cardíacas
e flui sangue e encanto
No meu eletroemociograma
O resultado é o ar da manhã
um pôtro no prado
olhando para o céu
dando os primeiros passos 
e feliz por ter nascido.

Ter 25 - fazer 25
Tudo dependeu de dois balõezinhos no teto
duas velas no bolo
e do teu riso largo
que eu furtei na penumbra
e colei na minha cara.

Era uma vez...
E agora
é minha vez. 
Rio de Janeiro, 12 de Maio de 1985

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