Era uma vez
Eu
que conheci todos os enlevos do leito
do Rio de Maio
guiado por ti.
Flanamos uma noite toda
preparando a luz do sol.
Amanheci o 12 de Maio
com a cara amassada
pelas sombras fortes do teu corpo.
Parido de noite
Nasci do teu útero grávido de alegria.
Traí meu egoísmo
enganei minha insônia
e dormi contigo.
Estalaram todos os ossos
da minha coluna emocional
Fiquei ereto
Abriram-se todas as válvulas cardíacas
e flui sangue e encanto
No meu eletroemociograma
O resultado é o ar da manhã
um pôtro no prado
olhando para o céu
dando os primeiros passos
e feliz por ter nascido.
Ter 25 - fazer 25
Tudo dependeu de dois balõezinhos no teto
duas velas no bolo
e do teu riso largo
que eu furtei na penumbra
e colei na minha cara.
Era uma vez...
E agora
é minha vez.
Rio de Janeiro, 12 de Maio de 1985
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