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sábado, 22 de outubro de 2016

Poema perdido


Não cabe mais na minha história
a glória de poder chorar

Não há registro na minha memória
de tréguas e cessar-fogo

Não há lugar nos meus olhos abertos
para cílios postiços 

Nem entram mais no meu palco
makeups e  falas decoradas

Não há mais portas no meu coração
para visitas inesperadas

E de que me serve o dom 
de adestrar as palavras
Se nesta esfera nada se altera
Se nesta era o que impera
é a besta fera.

domingo, 9 de outubro de 2016

Resíduos do abstrato

 Os rastros da musa
Agora que já não sei o que quero
Não quero o que já sei
 
Confuso
Intruso
Excluso
Trapo-luso 

É tudo com Ch
Chuva
Choro
Cheiro
Chão
e Chibata 

E certo dia
Depois que devorei a flor
Ficou-me um gosto de flor
No corpo e na memória.