.

.

domingo, 15 de julho de 2018

Premonição

Procura-se uma alma
sem roupa sem cor sem forma
que fugiu de um corpo magro e sem calma.

Já que ninguém me informa
Vou eu
Um corpo sem eu e sem alma
à procura da minha alma.

Passeei pelas avenidas de mim mesmo
Pisei o solo onde germinam as lágrimas
Estive na maternidade dos meus gritos
E não avistei a minha alma.

Não vejo asfalto
Não ouço ruídos
Não percebo o rumo
É uma viagem sem caminho
É um mergulho num corpo sozinho.

Nenhum sinal
Nenhuma marca
Ninguém 
Nada
Silêncio
É a morte.

.................................................................................

Ecos de uma voz
Uma gargalhada?
Uma conversa?
O grito de um tropeço?
Peguei o atalho
Segui o ouvido
Agora reconheço.

É um choro
É uma birra
É uma criança assustada
De cabelos claros e rosto comprido
Sou eu 
É minha alma.

3 comentários:

  1. Fantástico, meu caro amigo Joaquim. Há muito não visitava seu Site. E, digo mais, é bom saber que o amigo não mudou - só cresceu. Parabéns pelo belo/triste texto. Para ratificar o que disse acima, deixo este breve pensamento: O ser humano, o ser sensível não é considerado importante. Os valores são puramente consumistas e o que não se pode comprar ou vender é relegado a um plano secundário.
    É assim que eu vejo as coisas e não posso concordar e muito menos participar.

    ResponderExcluir
  2. Amigo Gheramer
    Concordo plenamente com vc. Obrigado mais uma vez pela sua gentileza.
    Um grande abraço

    ResponderExcluir
  3. É sempre muito bom ler bons texto e grandes reflexões.
    Abração Joaquim!

    ResponderExcluir