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sábado, 29 de abril de 2017
domingo, 23 de abril de 2017
Frações da alma
Ceu nú
Horizontes despidos
Tudo é luz
e nada é claro.
Eu
Um texto sem pontuação
Uma lágrima na América do Sul
O peregrino de uns olhos verdes.
Eu vi um louco chorando
Só e arruinado
Por entre gotas de chuva.
A noite é minha mãe
e minha amante
A penumbra minha santa
e meu convento
E a lua minha obra
e meu invento.
O pior
é quando me vejo encurralado
Entre quatro paredes
Sem a chave da porta
e sem estrelas no céu.
sábado, 15 de abril de 2017
Maya

Filha bastarda da falta de sentido
Bisneta legítima do absurdo
Nasceu cresceu e não morre.
Todos a engordam com esperanças vãs
Todos os obscenos a abraçam com despudor
A loucura é soberana.
São bilhões agarrados a ela
São milhões viciados nela
E eu que tento viver sem ela
Mergulho na água fatal
E por vezes estou quase morto.
Não há mais nada
Sem ela respira-se a morte
Sem ela a razão nos mata.
E eu que ainda não tenho vontade de ruir
Seguro-me no rabo do logro
Penduro-me na cauda do engano
Rodopio no trapézio deste circo trágico
Estou quase a cair
Mas luto para que a verdade não me dilacere.
Sinto todas as dores nas fibras da minha alma
Desespero e quero desabar
Estou por um fio.
Não conheço a geografia deste precipício
E temo a liberdade de não mais delirar
E enquanto isso
Permaneço inquieto e suspenso no rastro
desta Ilusão.
Poema© :JoaquimESTEVES
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