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domingo, 6 de fevereiro de 2022
Giardino di cactus
Notte
Gattini
Noi amiamo
Sole
Rondine
Tu lontano.
La fine del estate
Ragazza di vento
Cielo muto qui mente
Domani stagione di labbro.
Battelo di penne
Balio di foglio
Memoria qui viene
Solore qui voglio.
Notte
Gattini
Noi passiamo
Sole
Rondine
Il mai piu della tua mano.
Rio , 21 de Março de 1984
domingo, 15 de julho de 2018
Premonição
Procura-se uma alma
sem roupa sem cor sem forma
que fugiu de um corpo magro e sem calma.
Já que ninguém me informa
Vou eu
Um corpo sem eu e sem alma
à procura da minha alma.
Passeei pelas avenidas de mim mesmo
Pisei o solo onde germinam as lágrimas
Estive na maternidade dos meus gritos
E não avistei a minha alma.
Não vejo asfalto
Não ouço ruídos
Não percebo o rumo
É uma viagem sem caminho
É um mergulho num corpo sozinho.
Nenhum sinal
Nenhuma marca
Ninguém
Nada
Silêncio
É a morte.
.................................................................................
Ecos de uma voz
Uma gargalhada?
Uma conversa?
O grito de um tropeço?
Peguei o atalho
Segui o ouvido
Agora reconheço.
É um choro
É uma birra
É uma criança assustada
De cabelos claros e rosto comprido
Sou eu
É minha alma.
sem roupa sem cor sem forma
que fugiu de um corpo magro e sem calma.
Já que ninguém me informa
Vou eu
Um corpo sem eu e sem alma
à procura da minha alma.
Passeei pelas avenidas de mim mesmo
Pisei o solo onde germinam as lágrimas
Estive na maternidade dos meus gritos
E não avistei a minha alma.
Não vejo asfalto
Não ouço ruídos
Não percebo o rumo
É uma viagem sem caminho
É um mergulho num corpo sozinho.
Nenhum sinal
Nenhuma marca
Ninguém
Nada
Silêncio
É a morte.
.................................................................................
Ecos de uma voz
Uma gargalhada?
Uma conversa?
O grito de um tropeço?
Peguei o atalho
Segui o ouvido
Agora reconheço.
É um choro
É uma birra
É uma criança assustada
De cabelos claros e rosto comprido
Sou eu
É minha alma.
terça-feira, 9 de janeiro de 2018
Olhares sujos
Tantos olhos postos sobre mim.
Olhares doentes contaminados pelos fungos dos milênios e pela perversidão da genética.
Olhares pessoais, vistas parciais.
Julgamentos visuais, sentenças culturais.
Todos parecem saber quem eu sou.
E eu sou o que não me permitem parecer.
Tantos olhos postos sobre mim.
Olhos cataráticos,
Cristalinos comidos pelo preconceito,
Retinas viciadas em mitos e lugares comuns,
Olhos atentos e esbugalhados, óculos caros para paisagens baratas.
Olhos pintados para um mundo em preto e branco.
Tantas câmeras postas sobre mim,
Olhares podres e desumanos do controle e do poder.
Tantos filmes feitos sobre mim.
Tantos olhos postos sobre mim.
Eles é que me olham e eu é que me vejo.
Vivo o pesadelo do braille e das bengalas.
Estou em plena crise do laser e dos colírios.
Sou a névoa de um espectro na multidão.
Sou o que não interessa mais ver.
Não estou mais ao alcance dos olhos.
Estou no escuro e sou a minha própria luz.
Mais um homem invisível.
E tantos olhos postos sobre mim...
Poema© :JoaquimESTEVES
Olhares doentes contaminados pelos fungos dos milênios e pela perversidão da genética.
Olhares pessoais, vistas parciais.
Julgamentos visuais, sentenças culturais.
Todos parecem saber quem eu sou.
E eu sou o que não me permitem parecer.
Tantos olhos postos sobre mim.
Olhos cataráticos,
Cristalinos comidos pelo preconceito,
Retinas viciadas em mitos e lugares comuns,
Olhos atentos e esbugalhados, óculos caros para paisagens baratas.
Olhos pintados para um mundo em preto e branco.
Tantas câmeras postas sobre mim,
Olhares podres e desumanos do controle e do poder.
Tantos filmes feitos sobre mim.
Tantos olhos postos sobre mim.
Eles é que me olham e eu é que me vejo.
Vivo o pesadelo do braille e das bengalas.
Estou em plena crise do laser e dos colírios.
Sou a névoa de um espectro na multidão.
Sou o que não interessa mais ver.
Não estou mais ao alcance dos olhos.
Estou no escuro e sou a minha própria luz.
Mais um homem invisível.
E tantos olhos postos sobre mim...
Poema© :JoaquimESTEVES
sábado, 25 de novembro de 2017
Revés
Quando a derrota cospe com vigor na minha LuTa
Quando o meu empenho é a piada predileta da vida rameira
Tenho vontade de morrer.
Fugir para sempre
deste padecer com pausas
Denunciar esta estrada fátua que engana com promessas de chegada.
Odeio este escândalo
que sempre me tratou com descuido
Não suporto quem nunca consegue ver
o meu denodo secreto
a minha bravura anônima.
E isto não é mais um ganido aflito
É o rigor estável da subsistência.
Quando o meu empenho é a piada predileta da vida rameira
Tenho vontade de morrer.
Fugir para sempre
deste padecer com pausas
Denunciar esta estrada fátua que engana com promessas de chegada.
Odeio este escândalo
que sempre me tratou com descuido
Não suporto quem nunca consegue ver
o meu denodo secreto
a minha bravura anônima.
E isto não é mais um ganido aflito
É o rigor estável da subsistência.
sábado, 14 de outubro de 2017
sábado, 29 de julho de 2017
Poema raso
E lá vem você
Lá vem você atrapalhar a minha solidão
Você não quer saber de mim
Quer apenas uma testemunha para a sua angústia
E uma sombra para o seu desamparo.
E lá vem você
Lá vem você atrapalhar a minha solidão
Você que acha que eu sou a sua liberdade
E que morre de medo de si mesmo
Coitado de você!
Que precisa distrair os seus fantasmas
Você que ergueu as grades do seu íntimo
E decidiu que o mundo só está lá fora.
E lá vem você
Lá vem você atrapalhar a minha solidão
Você que não para de fugir
E só está bem onde não pode estar.
Você não quer saber de mim
Procura falsos interlocutores
E é perito em autopropaganda..
E lá vem você
Com esse hálito de Ego inflado
fingindo que está preocupado comigo
Minta pra si próprio
Pra mim você não mente.
Eu sou só
Eu estou só
Aceito e vivo bem.
E lá vem você
Lá vem você atrapalhar a minha solidão.
quinta-feira, 27 de julho de 2017
A revolução dos perfumes
Chegará o dia
Em que jovens odores
Vão ondular no ar.
Novos eflúvios, aromas, olências e emanações
Modernas fragrâncias, recendências e bálsamos.
Sentiremos também feder o fungo da mágoa
A catinga, a pestilência, a inhaca,o hircismo, a caxinga, o mutum, a graveolência e a fetidez das almas doentes.
Chega de cheiros de pênis e vaginas
A alma tem que ter cheiros.
E não seriam novos se não tivessem
os indícios da alma
Na revolução
Saberemos exatamente de onde provem o odor.
Não adianta perfumar o corpo
se a alma fede
Se há alma
Ela tem que ter cheiro
Chega do monopólio fascista do corpo.
Quero o essencial para o meu olfato
Quero sentir o perfumoso buquê
E fugir da fedentina das almas podres.
quinta-feira, 13 de julho de 2017
Ode ao porco
"Os porcos são os outros."
Jean-Paul Sartre
Nos chiqueiros de meu âmago, chafurdam narinas ofegantes e sôfregas de brancuras, purezas e outras coisas alvas.
Minh’alma é um torresmo que saltita descompassado nos panelões inatacáveis e inoxidáveis da Burguesia.
Porcos do mundo inteiro,
Minh’alma é um torresmo que saltita descompassado nos panelões inatacáveis e inoxidáveis da Burguesia.
Porcos do mundo inteiro,
porcos que como eu penam e emagrecem nos porqueirais monetários da devassidão,
saibam que o presunto e a feijoada não são o nosso destino Culinário-Metafísico.
quarta-feira, 28 de junho de 2017
sábado, 13 de maio de 2017
sábado, 29 de abril de 2017
domingo, 23 de abril de 2017
Frações da alma
Ceu nú
Horizontes despidos
Tudo é luz
e nada é claro.
Eu
Um texto sem pontuação
Uma lágrima na América do Sul
O peregrino de uns olhos verdes.
Eu vi um louco chorando
Só e arruinado
Por entre gotas de chuva.
A noite é minha mãe
e minha amante
A penumbra minha santa
e meu convento
E a lua minha obra
e meu invento.
O pior
é quando me vejo encurralado
Entre quatro paredes
Sem a chave da porta
e sem estrelas no céu.
sábado, 15 de abril de 2017
Maya

Filha bastarda da falta de sentido
Bisneta legítima do absurdo
Nasceu cresceu e não morre.
Todos a engordam com esperanças vãs
Todos os obscenos a abraçam com despudor
A loucura é soberana.
São bilhões agarrados a ela
São milhões viciados nela
E eu que tento viver sem ela
Mergulho na água fatal
E por vezes estou quase morto.
Não há mais nada
Sem ela respira-se a morte
Sem ela a razão nos mata.
E eu que ainda não tenho vontade de ruir
Seguro-me no rabo do logro
Penduro-me na cauda do engano
Rodopio no trapézio deste circo trágico
Estou quase a cair
Mas luto para que a verdade não me dilacere.
Sinto todas as dores nas fibras da minha alma
Desespero e quero desabar
Estou por um fio.
Não conheço a geografia deste precipício
E temo a liberdade de não mais delirar
E enquanto isso
Permaneço inquieto e suspenso no rastro
desta Ilusão.
Poema© :JoaquimESTEVES
sábado, 18 de fevereiro de 2017
Outras vozes
Prefiro o que não fala
Prefiro o íntimo terrível das manhãs
Os versos, espelhos da luta
Os segredos das tardes mornas
É o rumo do dia que dá sentido à vida.
Prefiro o que não fala
Prefiro os sentimentos dos pássaros
O discurso da noite escura
As palavras rudes da desilusão
É o passo errante que acha a direção.
Prefiro o que não fala
Prefiro o afeto puro da brisa
A chuva que cai e não avisa
O fim com cara de começo
É a solidão que revela o endereço.
Prefiro o que não fala
Prefiro o que não serve para os outros
Os restos dos falsos banquetes
O nada que ilumina
É a poeira do caminho que é a matéria da minha sina.
Prefiro o que não fala
Prefiro os gestos das árvores ao vento
O oxigênio dos fracassos
A largueza dos laços
É onde ninguém está que tudo resplandece
Prefiro o que não fala.
Poema© : JoaquimESTEVES
sábado, 12 de novembro de 2016
Poema da modernidade
Estou pensando
Em chamar a polícia
Há seres bizarros no horizonte
Humanos de orelhas alargadas
Corpos rabiscados
E tocando em luzes que surgem das mãos
Eles não me veem
Mas eu os vejo
Digo bom dia
E ninguém responde
Onde estão os meus semelhantes?
Dizem que todos fugiram
para uma tal de internet
Internet?
Pelo que sei
Lá não há ninguém
Como é viver num lugar
em que não há ninguém?
Acho que a Internet
é uma espécie de ilha deserta
Nessa tal de Internet
Adoram-se vários deuses:
Google, Microsoft,
Facebook e um certo Watsapp
Consta que há muitos fanáticos
e o deleite dos fundamentalistas
é dizer que são felizes
E não são
Grassa nessa Internet
uma tal de depressão
Soube que os habitantes da Internet
podem ter até 3.000 amigos
e continuam sós
Apenas suspeitam da existência
do outro
Por lá,
a amizade é uma alucinada quimera
Todos adoram esta nova forma se ser louco
E ai de quem os chame de doidos!
Fora da ilha
As coisas não são menos estranhas
As palavras são arrancadas da minha boca
Não posso mais dispor das palavras
Existem palavras corretas para tudo
Faço frases com a hipocrisia que não possuo
Caso contrário é o terror de Robespierre ressurecto
Confundem o meu sexo com o que eles chamam de gênero
É muito complicado
Ainda não consegui entender
O que é esse novo órgão genital chamado gênero
Sinto que os fascistas ainda não morreram
Agora eles se chamam neoliberais e democratas
Há um ar comportado
que fede mais que camião de lixo
Há também a homo-vingança, a gineco-desforra, o desagravo dos deficientes e o revide dos negros
Querem fazer justiça com os olhos sujos de ódio
Respiro uma paz cínica
Desaba sobre mim uma atmosfera falida
E me assusto com todos esses olhos que me espiam
Todos me mostram as suas intimidades
E eu não as quero ver
Mas agora é obrigatório penetrar o falso segredo dos narcisistas
E os egos?
Os egos precisam de cirurgia bariátrica
Quem não tiver o ego obeso e doente não é mais um cidadão decente
Para esse pessoal da alma gorda,
existe a elegância da chamada auto-estima
Estou no limite do entendimento
Crianças me dão lições de moral
E os efebos já conseguiram atingir toda a sabedoria
O que faço da minha história?
Não adiantou nada percorrer todas essas décadas
Por milagre tudo que há de bom no mundo brota da tecnologia
Todos ficaram impecáveis neste fotoshop existencial
E nem ouso falar de farsa
Porque o farsante agora sou eu
Eu que com o desembaraço dos que pensam com regularidade
Resolvi denunciar o passo bêbado da boiada
e que por isso vivo a agonia e o ápice de uma solidão absoluta.
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