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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Manhãs cariocas

O sol pariu o primeiro raio
Estou cego
por haver tanta luz

Hoje é tarde
Prossigo impulsionado
pelo calor dos bueiros
e pelo sopro das galerias

Sou uma composição química
e moro
nos subúrbios remotos do paraíso

Hoje é tarde
É dia de extirpar o coração 
e viver apesar dele

Estou aquém e além dos outros
e não me seduzem mais
as conclusões da plebe

Sedimento os meus sentimentos 
e quero tudo

E quem sabe
amanhã de manhãzinha
aguarda-me o estranho silêncio
da minha execução. 

Poema© :JoaquimESTEVES

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