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terça-feira, 21 de julho de 2015

Quando o poema é um problema

Eu que já tive rosas no jardim.
- Não, não é isso.

E o amor se descobre num trevo de 4 folhas.
-Não tem sentido. Não é isso que eu quero.

Agora sei que não só de rosas se faz um jardim.
- Que porcaria!

Mas as flores brotam das cinzas dos mortos
- Que trágico! Que doentio!

E o fio do teu olhar serve para custurar minhas meias. 
- Não podia ser mais ridículo!

Viver à sombra das perspectivas.
- Isso é retórica. Retórica, não. 

E onde estão tuas pegadas?
- Vai ser difícil achar. Ela só andava no asfalto e nas calçadas.

AS GOTAS MORTAIS DA TUA AUSÊNCIA
- Gostei dessa.

Vou ao mar mais próximo
Tomo um porre de brisa
Começa o meu mais novo poema.

Rio de Janeiro, 29 de Março de 1999
 

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