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Os comedores de batatasVan Gogh |
do último sermão do silêncio.
Procuro o canto livre
dos que não falam.
Procuro o sussuro da gota d'água
que morreu na fenda do rochedo.
Procuro o vento orfão
que ondula pelo púbis da montanha.
Procuro-me no enigma das grutas
encravadas na escarpa dos corpos.
Procuro-me na espiral abstrata
da fumaça que me mata.
Procuro-me na trilha quase apagada
dos que se encontraram
e nos rastro de lágrimas
dos que se perderam.
E quando penso que me achei
É tão pouco o meu achado.
Roma, 24 de Julho de 1997