Paira sobre nossas cabeças
o rastro de uma névoa tênue e fugaz
quase tão invisível quanto o nada
Tudo é tão incerto
quanto o não dito
O mundo faz as caretas de costume
e é feio e assustador
como as verrugas da bruxa
Não há sentido
no fluxo desatinado
dos que dão passos firmes
sobre as pedras regulares da civilização
Apesar das evidências que nos esmurram a cara
prosseguimos
Avançamos ensandecidos
pisando raivosamente o peito
dos nossos cadáveres mais diletos
O chão é um tapete de dor e morte
Reconheço pelas feridas
o corpo desfigurado da minha última esperança
Arranco a espada fria
que trespassou a carne do meu amor mais robusto
Escorrem as lágrimas dos meus olhos de menino
Tenho as rugas e a palidez
Tenho o cansaço e as calças curtas
Tenhos os cabelos brancos
e a brancura dos sonhos intactos
Estou vivo
Estou morto
Percuto o espaço
fingindo-me desinteressado
em busca de um sinal
Por instantes
Enlouqueço
E como os que já desesperaram
bebo o sumo da mais imaculada loucura
e sento-me na praça à espera de Deus
Deus é para os que já não têm mais cura
Apesar de todos
trago nos ventrículos uma esperança genética
tão saudável quanto a minha boca
Paira sobre nossas cabeças
o rastro de uma névoa tênue e fugaz
quase tão invisível quanto o nada
Tudo é tão incerto
quanto o não dito
O mundo faz as caretas de costume
e é feio e assustador
como as verrugas da bruxa
Não há sentido
no fluxo desatinado
dos que dão passos firmes
sobre as pedras regulares da civilização
Ofendo o céu com a ponta do meu olhar
Procuro um sinal.
Rio, Maio de 2005
o rastro de uma névoa tênue e fugaz
quase tão invisível quanto o nada
Tudo é tão incerto
quanto o não dito
O mundo faz as caretas de costume
e é feio e assustador
como as verrugas da bruxa
Não há sentido
no fluxo desatinado
dos que dão passos firmes
sobre as pedras regulares da civilização
Apesar das evidências que nos esmurram a cara
prosseguimos
Avançamos ensandecidos
pisando raivosamente o peito
dos nossos cadáveres mais diletos
O chão é um tapete de dor e morte
Reconheço pelas feridas
o corpo desfigurado da minha última esperança
Arranco a espada fria
que trespassou a carne do meu amor mais robusto
Escorrem as lágrimas dos meus olhos de menino
Tenho as rugas e a palidez
Tenho o cansaço e as calças curtas
Tenhos os cabelos brancos
e a brancura dos sonhos intactos
Estou vivo
Estou morto
Percuto o espaço
fingindo-me desinteressado
em busca de um sinal
Por instantes
Enlouqueço
E como os que já desesperaram
bebo o sumo da mais imaculada loucura
e sento-me na praça à espera de Deus
Deus é para os que já não têm mais cura
Apesar de todos
trago nos ventrículos uma esperança genética
tão saudável quanto a minha boca
Paira sobre nossas cabeças
o rastro de uma névoa tênue e fugaz
quase tão invisível quanto o nada
Tudo é tão incerto
quanto o não dito
O mundo faz as caretas de costume
e é feio e assustador
como as verrugas da bruxa
Não há sentido
no fluxo desatinado
dos que dão passos firmes
sobre as pedras regulares da civilização
Ofendo o céu com a ponta do meu olhar
Procuro um sinal.
Rio, Maio de 2005
Poema© :JoaquimESTEVES
Gostei muito, identifiquei-me com cada verso. Não só com o que diz, mas como diz. Parabéns, Joaquim. Abs, ótima sexta.
ResponderExcluirMuito obrigado Eduardo. Um grande abraço
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