Bendita seja a nossa urina matutina
Prova úmida da vida que nos fascina
Penumbra de mais um sol, mais uma mina
Descerrar de uma cortina.
Começa a farsa
Começa a trama
Eu sou teu comparsa
Tu és minha dama
E lá vamos afoitos, despertos, em chama
Fugindo da lama
Driblando o drama
Farfalhando teus bicos, tuas pontas, a tua mama
Querendo escrever histórias nos anais da nossa cama.
É hora dos gemidos, dos gritinhos, dos ais
Hora de sermos animais
Hora de atender aos teus soluços carnais
Ao clamor dos teus canais
Às tuas dobras fatais.
Agora estou feliz
Estou radiante pelo que te fiz
Mas já basta de beber dessa matriz
Esgotou-se o script, pode deixar de ser atriz
Nos meus espaços de dentro, algo me diz
Que é infeliz
Ser feliz
Só por um momento, por um tempo, por um TRIZ.
Mas é preciso ser feliz
Isso me desatina
O que é que eu vou fazer se é aí onde tudo culmina?
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Só me resta recomeçar e descerrar a cortina
Bendita seja a nossa urina matutina.
Rio de Janeiro, 17 de Outubro 2001
Seu poema muito intrigante. Gostei muitoooooooooo afinal
ResponderExcluir"é preciso ser feliz
isso me desatina"
Abraço
Obrigado. Um abraço
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